Pelas escolas da rede municipal de ensino de PIO IX, no Piauí, o professor Antônio Grasiane de Sá, 35, tem levado diversão na transmissão do saber para muitos estudantes. Idealizador do projeto ‘Bonecos do Bem’, o educador une a valorização da cultura popular e da arte, promovendo teatros de bonecos, oficinas de mamulengo e ventriloquismo. Vencedor do concurso ‘Juventude que Muda a Educação Pública’, da CNTE, pela região Nordeste, ele terá a oportunidade de expor seus resultados em âmbito nacional na Conae 2024. 

Formado em licenciatura em química e comunicação social, além de trabalhar com audiovisual, Antônio atua como professor desde 2017. Hoje em dia, por meio de seu projeto, ele tem enriquecido a experiência dos alunos da rede municipal de Pio IX, na entrega de mensagens e histórias sobre o que é bom, correto e necessário para as novas gerações, com o teatro de bonecos.

“Por meio das oficinas de construção e manipulação de mamulengos (bonecos que fazem parte da cultura popular nordestina) nas escolas do município, eu ensino a arte do teatro de bonecos para jovens estudantes, que além da confecção e manuseio, aprendem formas de inserir os mamulengos no dia-a-dia acadêmico”, conta.

Segundo ele, a prática também é meio criativo para enriquecer a contação de histórias em apresentações, peças e seminários nas disciplinas da grade curricular. Entre os estudantes, ele destaca que o projeto já é um sucesso.

“Os resultados foram surpreendentemente positivos, porque despertou a atenção e o interesse em todas as turmas que tiveram contato com o projeto”, relata. 

O concurso

Em dezembro de 2023, a iniciativa colheu ainda mais frutos, ao ser destaque pela região nordeste, vencendo o concurso ‘Juventude que Muda a Educação Pública’. Promovido pelo Coletivo de Juventude da CNTE e suas entidades filiadas, junto a outros quatro vencedores de todo o país, o educador apresentará como o seu projeto tem contribuído para mudar a realidade da educação de alunos do seu município na Conae 2024. O evento será realizado entre os dias 28, 29 e 30 de janeiro, em Brasília.

O coordenador do Coletivo, Luiz Felipe Krehan, afirmou acreditar "que muitos jovens trabalhadores na educação sabem que os projetos educacionais/sociais que estão envolvidos são formas de fortalecer a educação pública e de qualidade." Segundo ele, o concurso é uma forma de dizer que a CNTE e seus sindicatos filiados estão na luta com esses educadores.

Bruno Vital, que também coordena o Coletivo, reforçou que o concurso joga luz sobre como a juventude está mudando suas realidades por meio da educação.

Para ele, a oportunidade é um espaço de mostrar como a arte é capaz de potencializar a educação de estudantes da rede pública, sem precisar do uso de telas e dispositivos digitais. 

“Fiquei imensamente feliz, principalmente em poder mostrar que o teatro de bonecos pode contribuir, entregando uma mensagem de positividade, especialmente em uma época em que a tecnologia, por meio de telas, domina a atenção dos jovens”, diz.

E as expectativas para a Conae são grandes, ele afirma. “Será um importante momento para mostrar que o simples impressiona. Que a empregabilidade do teatro de bonecos na educação é algo fácil, de baixo custo e que pode trazer grandes resultados, principalmente quando é feito com amor e dedicação. Se tornando um grande potencial para transformar a realidade na educação e contribuir com o crescimento coletivo”, declara Antônio.