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MOÇÃO DE SOLIDARIEDADE AOS SEM TERRA E O SEU CENTRO DE FORMAÇÃO PAULO FREIRE

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Em mais um ataque do Governo Bolsonaro à educação brasileira, o alvo da vez é agora o Centro de Formação Paulo Freire, localizado no Assentamento Normandia, em Caruaru, Pernambuco. Pedido judicial de reintegração de posse, feito pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), tem clara motivação política e ideológica. Em funcionamento há mais de 20 anos, pouco depois da criação do Assentamento Normandia em 1998, o Centro de Formação Paulo Freire foi criado a partir da constituição de uma associação de capacitação dos assentados. Pouco tempo depois, o Centro de Formação Paulo Freire, que conta com uma estrutura de alojamento, auditório e salas de aula, já era um espaço compartilhado pelas mais importantes instituições públicas com atuação na região, como a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a Universidade Estadual de Pernambuco (UPE) e a FIOCRUZ, do Ministério da Saúde.

Nada justifica o pedido de reintegração de posse de um espaço que há mais de 20 anos é usado para cursos diversos de formação e capacitação. Nada além da mesquinha perseguição política imposta por este governo ao conjunto do movimento sindical e social de todo o país. A decisão judicial da 24ª Vara Federal de Caruaru autoriza até o uso de força policial, arrombamentos, condução coercitiva e abate de animais que, por ventura, possam estar na área do assentamento, onde fica o Centro de Formação Paulo Freire. Os abusos e arbítrios perderam o pudor e, nos tempos em que estamos a viver no país, foram apropriados na ação de diversos agentes públicos que não têm mais a preocupação em esconder e escamotear suas preferências políticas e ideológicas. A decisão do juiz Tiago Antunes de Aguiar é draconiana de tão severa e abusiva!

A sanha destrutiva deste governo não encontra limites éticos para atacar tudo o que foi construído durante anos, quiçá décadas, de luta e resistência do povo brasileiro. As áreas com pedido de reintegração de posse irão afetar muitas agroindústrias de produção e beneficiamento de alimentos que são geridas pelos assentados e, no limite, essa decisão judicial estapafúrdia irá comprometer até o fornecimento da alimentação escolar de muitas escolas da região agreste de Pernambuco e da região metropolitana de Recife, que são as destinatárias dessa produção orgânica de alimentos.

Os/as educadores/as de todo o país não podem se omitir diante de tanta crueldade em mais uma ação arbitrária e abusiva deste governo que se apresenta cada vez mais com a sua face autoritária. Toda solidariedade ao MST e aos/às educadores/as do Centro de Formação Paulo Freire! A disputa agora é judicial mas também política! E dela, professores/as e funcionários/as de escola de todo o país não se omitirão! Somos todos e todas MST!!

Brasília, 06 de setembro de 2019
Direção Executiva da CNTE

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